quarta-feira, 17 de fevereiro de 2021

Retrato

 Essa sou eu no fim do túnel, no fim da noite, da festa, do poço. No espelho d'agua eu vejo o meu reflexo, despida. No chão minhas cinzas de carnaval, abençoando o novo ciclo, feita das folhas de outrora. 

Essa sou eu, filha desse ciclo religioso, não espiritual. Com todas minhas carnes, marcas, manchas e reflexoes. Procuro a todo instante juntar o meus pensamentos, como um quebra cabeça sem sentido. 

Essa sou eu deitada na cama. Vomitando palavras nao ditas, impedidas pelo silêncio. Cansada, jogada e sem energia. Fazendo uma viagem literária, em tempos e lugares nunca vistos pelos meus olhos. 

Essa sou eu com a imaginação solta, que voa, por todas as cores e formas. Esperando ansiosa a aurora, o fim da noite, o inicio do dia. Aguardando a luz que ilumina os novos caminhos, feitos por nossas proprias mãos.   

Essa sou eu fazendo o que deve ser feito, todos os dias as mesmas missões. Espiã dos fatos noticiados nos jornais. Da mesmice do dia a dia á deselegancia da vida como ela é. Caminho pedalando, atenta. 

Essa sou eu digerindo a rotina, que se arrasta na pandemia. 

[Ana carolina _ pandemica 



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