quarta-feira, 17 de abril de 2024

Você (ou eu) não entende nada.

 Será a minha condição econômica que esta afastando as amizades? Será que a resposta diz mais sobre eles do que sobre mim? Talvez, não sei. Não tenho certeza dessa régua moral, talvez estejamos todos nos "nossos corres", escolhendo onde é melhor correr. Individuais mas sempre acompanhados de quem não tem filhos, e tem cartões, e um mundo de possibilidades para oferecer. 

Será a minha tristeza que tem afastado das relações? Ou meu filho e sua rotina? Ou meu filho e suas viroses? Ou meu filho que me faz ser mãe? E me faz gostar de ser mãe, e de cuidar, e de zelar. A resposta diz mais sobre eles do que sobre mim? A culpa não é minha por não ser mais mulher? Mas eu não sou tão mulher como tantas que fazem a roda da sociedade girar? Mulher como a mãe deles, que acorda cedo e coloca o café na mesa.

Fico tentando entender, entre culpas e martírios. Entre rezas e racionalismos. Lendo e me fazendo interessante, tentando equilibrar. E enquanto isso já arrumei toda a casa e organizei a rotina. Lembrei o remédio, da roupa, do lanche. Já beijei, transei, fumei, bebi, sorri. Me esqueci de todo vazio de dentro, do sentimento de estar perdida. Me entupi de rotina e amores familiares. 

Esse texto talvez não diga nada, ou  diga mais sobre mim, do que dos outros. Mas não quero julgamentos, só quero dar o fora. Você não entende nada e nem eu. 

ana carolina ~~

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